TAYLOR’S COM EDIÇÃO LIMITADA DE TAWNY

Fotografia: Fotos D.R.
Luís Costa

Luís Costa

Uma das mais importantes marcas de Vinho do Porto, a Taylor’s, está a celebrar 325 anos de existência, mais de três séculos de história que albergam vários momentos marcantes que vão para além da importância inquestionável da própria marca. Basta pensar que o fundador da casa, Job Bearsely, quando chegou a Portugal, em 1692, era proprietário de uma empresa que negociava em vinhos, no bairro londrino de Smithfield, e que já nessa altura estava a celebrar um século de existência.

 

Aliás, os Bearsley foram pioneiros na exportação de Vinho do Porto para Inglaterra. Peter Bearsely, filho do fundador da Taylor’s, está referenciado como o primeiro comerciante de vinhos inglês a viajar para o Alto Douro em busca dos vinhos fortificados da região. E Bartolomeu Bearsley, neto de Job Bearsely, terá sido o primeiro exportador inglês a estabelecer-se no Douro com a compra de uma propriedade no Lugar das Lajes, na Régua, em 1744.

Cem anos volvidos, mais precisamente a partir dos anos 30 do século XIX, a empresa passou para as mãos das famílias Taylor, Fladgate and Yeatman, ainda hoje os “apelidos” emblemáticos da casa, dos armazéns de envelhecimento e da unidade hoteleira de luxo que dominam boa parte do morro ribeirinho da cidade de Vila Nova de Gaia.

Como sublinhou Adrian Bridge, diretor geral da Taylor’s, no discurso que proferiu no jantar oficial das comemorações dos 325 anos aquando da recriação da primeira exportação de Vinho do Porto da Taylor’s – num veleiro conduzido pelo navegador solitário Ricardo Diniz, que zarpou do cais de Vila Nova de Gaia, rumo a Londres, ao ritmo dos tambores dos Mareantes do Rio Douro – “figuras como John Fladgate, Barão da Roêda, e Frank Yeatman, juntamente com o filho Dick, serão lembrados como grandes pioneiros no campo da viticultura duriense”.

Hoje, porém, a Taylor’s prefere ser evocada pela história mais recente – “temos demonstrado o nosso espírito criativo através do desenvolvimento de novos estilos de vinhos do Porto”, sublinha Adrian Bridge – e coloca uma ênfase muito particular na principal marca distintiva: “Acima de tudo, mantemo-nos dedicados exclusivamente à produção e exportação do Vinho do Porto, que é o nosso único produto. Continuamos a dedicar-nos somente à produção de Vinho do Porto de qualidade e estamos plenamente confiantes que este grande vinho clássico, reconhecido a nível mundial, continuará a ganhar novos consumidores, porque a qualidade não sai de moda”.

Nesse sentido, a Taylor’s tem investido fortemente no turismo, “porque o turismo permite transformar as pessoas que nos visitam não apenas em consumidores mais entendidos e confiantes, mas em embaixadores da nossa marca e dos nossos vinhos”, observa Adrian Bridge, para lembrar que a casa investiu em 2016 cerca de 2,5 milhões de euros na abertura do novo centro de visitas da que já recebeu, desde junho do ano passado, mais de 100.000 visitantes.

Para comemorar os 325 anos, a Taylor’s decidiu lançar a edição limitada de um Vinho do Porto que foi apresentado no jantar já referido – um jantar com a assinatura do chefe Ricardo Cardoso onde também se bebeu um curioso vinho branco inglês (Chapel Down Bacchus 2014), e ainda o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2014 e o Taylor’s Vintage 1977 servido em garrafa Imperial.

Mas, ao contrário do que é habitual em situações do género – em que as marcas mais ancestrais ou emblemáticas apostam em vinhos topo de gama ou em colheitas antigas – a Taylor’s apostou para comemorar a efeméride num Vinho do Porto Tawny Reserva. Não deixa de ser uma edição limitada, apresenta-se numa garrafa que confere ao vinho um lado exclusivo, e o “packaging” é adequado a um grande momento de comemoração. Apesar disso, o “325 anos” da Taylor’s é um vinho de preço bastante acessível, com um PVP de apenas 35€. É, digamos assim, um vinho para chegar a mais gente, uma forma mais “democrática” de assinalar a data.

A garrafa deste vinho é uma recriação baseada numa antiga garrafa selada do final do século XVII, com data próxima da fundação da Taylor’s. É o mais antigo exemplar de uma garrafa com gravação contendo indicação de data e marca comercial, neste caso o 4XX, símbolo utilizado pela Taylor’s ainda hoje. Sobre o vinho em concreto, explica Adrian Bridge que “os enólogos selecionaram de entre as extensas reservas de vinhos que envelhecem em madeira nas caves Taylor’s os melhores componentes destinados aos futuros Tawnies de 10, 20, 30 e 40 Anos”.

E David Guimaraens, o máximo responsável pela enologia da casa, acrescenta que “este opulento e sedutor Tawny é um tributo aos 325 anos da Taylor´s e à perícia da empresa na arte do lote e do envelhecimento em casco dos melhores vinhos do Porto”.

 

17

Taylor’s 325 Edição Limitada

Vinho do Porto / Vinho do Porto / Taylor’s

Tons de avelã com reflexos alaranjados. Pela cor, percebe-se logo que é um Porto Tawny ainda jovem. O nariz, com presença intensa de fruta fresca, de bagas vermelhas, confirma a suposição inicial. Na boca há notas de caramelo, damasco e figos. Também de geleia e baunilha. Vinho apelativo e equilibrado, consensual e fácil de beber, capaz de agradar simultaneamente a neófitos e a especialistas. LC

Consumo: 2017-2030

35,00 € / 14ºC