Enoturismo no centro das políticas setoriais

Fotografia: Fotos D.R.
Redação

Redação

A Organização Mundial do Turismo (OMT) solicitou que o enoturismo seja integrado nas políticas nacionais de turismo e desenvolvimento rural. Na 3ª Conferência Mundial sobre Enoturismo da OMT, realizada na Moldávia, especialistas de 30 países participaram nos dois dias de debates, que abordaram a prioridade da OMT em melhorar os benefícios socioeconómicos do turismo, concentrando-se em segmentos específicos, como o enoturismo.


Concluiu-se que, para que o turismo do vinho seja uma ferramenta para o desenvolvimento rural, as comunidades locais devem estar envolvidas em toda a cadeia de valor do turismo e dele beneficiar. Da mesma forma, a aplicação de modelos de governança apoiará os administradores de destinos a oferecerem produtos e serviços de enoturismo como parte de uma abordagem abrangente ao turismo rural e cultural.


Os participantes expressaram a crença de que o fortalecimento de parcerias, capacitação, pesquisa empírica e suporte para pequenas empresas e empreendedores podem transformar o turismo do vinho num segmento que gera empregos, favorece a inovação e incentiva novos modelos de colaboração.


“A complexidade do desenvolvimento do turismo enológico e a diversidade das partes interessadas implicam modelos inovadores de colaboração. Precisamos derrubar barreiras e promover novos grupos”, disse o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili. Concluiu também que a criação de oportunidades de emprego através do enoturismo depende do desenvolvimento de novas tecnologias e sustentabilidade qualificados, bem como as capacidades sociais que facilitam o trabalho em equipa e sejam capazes de transmitir a história do vinho.


A conferência estabeleceu oito áreas fundamentais de ação: estratégia e governação do turismo do vinho, alianças, participação da comunidade, apoio às pequenas empresas e empresários, enoturismo para o desenvolvimento rural, pesquisa de tendências e consumidores, desenvolvimento de competências e alinhamento do turismo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Essas áreas de ação serão abordadas na Quarta Conferência Mundial sobre Turismo Enológico, a ser realizada em 2019, no Chile. 


Portugal vai acolher a edição de 2020. Reguengos de Monsaraz foi a localidade escolhida para o efeito. O concelho de Reguengos de Monsaraz tem atualmente cerca de quatro mil hectares de vinhas e integra 10 produtores de vinho: CARMIM, Esporão, Casa de Sabicos, Ervideira, Monte dos Perdigões, Adega José de Sousa, Luis Duarte Vinhos, Adega do Calisto, Monte das Serras e São Lourenço do Barrocal que, em conjunto, produzem anualmente mais de 25 milhões de litros de vinho. Os enoturismos do Esporão e da Ervideira recebem cerca de 50 mil visitantes por ano. Reguengos de Monsaraz foi a Cidade Europeia do Vinho em 2015, uma distinção atribuída pela RECEVIN – Rede Europeia das Cidades do Vinho que fomentou a realização de mais de 150 iniciativas promocionais em Portugal e no estrangeiro. No ano seguinte, a autarquia registou a marca Reguengos de Monsaraz – Capital dos Vinhos de Portugal.