Misterwine celebra 20 anos

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Redação

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Distribuidora espera atingir os 9,5 milhões de euros em 2023.

 

A distribuidora Misterwine está a celebrar as primeiras duas décadas e estima atingir os 9,5 milhões de euros de volume de negócios neste ano de 2023, após ter alcançado oito milhões no ano passado. De momento representa mais de 30 marcas portuguesas de vinho, de todas as regiões do país, prevendo reforçar a oferta muito em breve também com uma mão cheia de rótulos internacionais. Uma história de crescimento, se levarmos em consideração que a distribuidora começou apenas por atuar no Algarve.

Miguel Costa, um dos fundadores da Misterwine, mantém-se no ativo e ainda com uma participação na distribuidora, cuja maioria do capital (87%) foi entretanto adquirida pelo Grupo Terras e Terroir (Quinta da Pacheca, Douro; Caminhos Cruzados, Dão; Quinta do Ortigão, Bairrada; Herdade da Rocha e Ribafreixo, Alentejo).  

Durante os próximos meses haverá uma diversidade de momentos para celebrar os 20 anos da Misterwine, que verdadeiramente assinalam-se em 23 de setembro, mas já ontem começou o calendário de festividades com uma prova que reuniu vários produtores e convidados – sobretudo operadores da hotelaria e restauração – no Pestana Palácio do Freixo, no Porto. Em paralelo, a distribuidora organizou uma prova especial reservada a um grupo restrito de clientes e jornalistas, que incluiu edições já não disponíveis para comercialização de alguns dos nomes mais icónicos que representa.

Nesse particular, destaque para os Quinta da Touriga Chã, de 2019 e 2014,  o primeiro a mostrar muita tensão e ainda juventude, o segundo a revelar uma evolução tranquila, segura e de enaltecer, estando nesta fase a atravessar um momento particularmente feliz. Ainda do Douro, sublinhado para o Pacheca Touriga Nacional 2011, a mostrar finura e firmeza, a viver atualmente talvez aquele que será porventura o melhor momento. A Pacheca mostrou ainda o Porto Colheita Tawny 2004, fortificado sobretudo aconselhado para combinar com sobremesas que possuam frutos secos e algum café.

Do Dão, Luis Lourenço trouxe história. Quinta dos Roques Touriga Nacional 1996 ilustra o potencial natural da região para vinhos de guarda, mostrando um exotismo floral numa primeira abordagem, elegância geral e toque de tabaco. Flor das Maias 2012, branco de lote em que predomina o Encruzado (80%), conseguiu ultrapassar em forma a primeira década, mantendo ainda fruto de caroço, boa amplitude e final salgado. Por fim, do Alentejo, a Herdade da Comenda Grande, nas proximidades de Évora, apresentou, dez anos volvidos, o Grande Reserva tinto 2013, agora a conhecer o crepúsculo, e o dueto Touriga Nacional e Syrah 2017, de final bem demorado e especiado, vivaço, a pedir gastronomia a preceito.