Morreu Graça Miranda, produtora da Casa de Saima

Óbito

Fotografia: Arquivo
Redação

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“Procuramos, desde o início, vinhos autênticos, elaborados da forma mais natural possível, com bom acompanhamento na vinha, sem grandes tecnologias e muita paciência”. As palavras são de Graça Miranda, a produtora da Casa de Saima, na mais recente incursão a Sangalhos da Revista de Vinhos.


O caminho começou em 1992, ano das primeiras plantações. Hoje são 20 hectares dispersos por 12 parcelas, 80% de Baga no plantio, os restantes 20% entregues a Merlot, Touriga Nacional e Pinot Noir, uma pequena área de vinhas velhas e ainda as brancas Bical, Maria Gomes e Cerceal. A diversidade de solos é significativa e fica bem ilustrada na Vinha da Corga, a mais extensa parcela da casa, onde calcorreamos barro, areia, argilo-calcário e até algum quartzo.


Os Garrafeira dos anos 90 ganharam fama e conquistaram fãs. Tinham uma patine clássica vincada, um carisma muito especial. Haveria de se seguir uma década turbulenta, a primeira do novo século, onde tudo se questionou, incluindo a eventual continuidade do projeto. Em 2011 terminou essa espécie de travessia no deserto e Saima ressurge com novo alento mas mantendo o perfil que lhe reconhecemos. Ao lado da produtora, um dos grandes enólogos portugueses, Paulo Nunes.


Graça Miranda, produtora da Casa de Saima, morreu aos 62 anos, uma notícia que nos abalou neste fim de semana. À família e amigos próximos, a Revista de Vinhos apresenta sentidas condolências.