Casta tinta do norte de Portugal, com presença sobretudo nas sub-regiões de Monção e Melgaço, onde dá pelo nome de Brancelho ou Brancelhão, e no Douro e Trás-os-Montes, onde é conhecida como Alvarelhão, a variedade guarda um conjunto de outras designações, como Pirruivo em Arouca ou Pilongo no Dão. Possui ainda, como homónimas oficiais, as castas Alvarelhão branco (n.º oficial 13) e Alvarelhão Ceitão (n.º oficial 14).
Na Galiza, onde conhece forte expansão, ao contrário do que se verifica entre nós, responde pelo nome de Brancellao. Apesar de pouco produtiva, tem dado origem, nos últimos anos, a alguns dos vinhos mais raros e curiosos a chegarem às prateleiras.
No Alto Minho, a revitalização dos tintos históricos de Monção e Melgaço tem passado pela recuperação da casta, sobretudo de vinhas velhas. Caracterizados pela baixa concentração cromática, a casta destaca-se pela complexidade mineral e acidez alta que aporta aos vinhos. No Douro, destacam-se o branco de Alvarelhão elaborado pela Quinta dos Avidagos e, numa edição subsequente, o ‘ex-tinto’ de Alvarelhão da mesma casa.
Casta de ciclo médio, é tida como vigorosa mas atreita ao desavinho, com sensibilidade a doenças provocadas por fungos, como oídio e podridão, e aos ataques da cigarrinha verde. Contudo, os trabalhos de seleção policlonal levados a cabo pela Porvid, com 12 clones já selecionados, têm previsto um ganho de rendimento de 12,7%.
Dicas:
1. Trata-se de uma das castas mais antigas do Noroeste Peninsular, a partir de onde ter-se-á disseminado. Está na base dos históricos tintos de Monção dos séculos XV e XVI, que ganharam fama em Inglaterra e motivaram a criação da primeira feitoria inglesa, em Viana do Castelo.
2. Variedade em perigosa senda de extinção, tem vindo a ser recuperada e as vinhas velhas constituem uma válida base de trabalho nesse sentido. Ainda assim, representa menos de 1% do encepamento nacional.
3. Dá origem a vinhos de tom aberto, generosos na fruta gulosa e na expressão mineral, de grande valia gastronómica.
4. A provar: Alvarelhão Blanc de Noirs, de Anselmo Mendes; do mesmo enólogo, o espumante Muros Antigos Alvarelhão; em lote, os tintos Zafirah, de Constantino Ramos, e Pardusco; do Douro, Alvarelhão Ex-tinto by Avidagos e, da Bairrada, o tinto Campolargo Alvarelhão.