Espumantes de Vinho Verde, um mundo a descobrir

Fotografia: Arquivo
Redação

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Já não é possível pensar em Vinho Verde sem espumantes. Podemos mesmo afirmar com assertividade que a segunda fermentação desta região, trouxe ao panorama vínico português um estilo diferenciado, e de enorme potencial gastronómico.

 

E, por vezes, até pensamos: “Como e porquê não encontramos mais “disto” no mercado, não lhe falta nada!” De facto, os espumantes desta região têm tudo, desde a acidez, identidade e terroir, tão reveladora a componente aromática, a ajustabilidade e predisposição a pratos difíceis e de curto alcance , só por si, já devem deslumbrar e surpreender quem procura o vinho como parte integrante de uma refeição. A ‘prise’ de mousse é feita de uma forma tão cautelosa, lenta e fria que a sua bolha só podia ser bucólica, fina, delicada e intrigante.


E poderíamos reduzir a nossa prova a uma casta que está no ‘top of mind’ de muita gente em Portugal. Mas não, esta região espumantiza castas aromáticas como o Alvarinho, mas é capaz de muito mais do que só dela fazer espumantes. Provar em 2022 um espumante da casta Loureiro espumantizado em 2006 e não ficar boquiaberto é praticamente impossível - uma casta que tem aromas de folhas verdes de chão, tília, louro, limão mão de Buda quando primária e que, depois da segunda fermentação com quase duas décadas, apresenta notas de fruto seco, pastelaria fina, especiarias doces como a baunilha e o açafrão, mostrando-se categórico, sério, refinado, mas ainda fresco, é indicador de potencial, fazendo até corar outros grandes “métodos tradicionais”. Isto vem demonstrar que a riqueza dos solos relativamente pobres confere riqueza extra às suas uvas e aos seus vinhos, que tornam neste momento uma das três mais importantes regiões onde se espumantiza em Portugal.