Legado, o vinho dos afetos da Sogrape, tem nova edição

Fotografia: Fotos D.R.
José João Santos

José João Santos

O vinho dos afetos da Sogrape tem nova edição, a décima. Legado 2017 resulta de um ano particularmente desafiante em termos de viticultura, por ter sido muito quente, de vindima precoce e breve e de produções escassas.

 

O enólogo Luis Sottomayor encontra alguns paralelismos com 1991 e 1995, mas a verdade é que 2017 obrigou a um exercício permanente de controlo de maturações, na medida em que ao menor descuido poder-se-ia incorrer em situações de sobrematuração ou até perda de uvas.

Os oito hectares de vinhas velhas da Quinta do Caêdo, Ervedosa do Douro (Cima Corgo), onde nasce o Legado, resistiram heroicamente ao ano seco e de temperaturas extremadas, permitindo concretizar um vinho que hoje mostra florais secos e grão de café, cedro, cereja escura, mirtilo e mais fruto de bosque, de perfil austero e altivo, quente e assertivo, com previsível boa guarda pela próxima década. Estagiou 30 meses em tonéis novos de carvalho francês de 1.200 lts, foi engarrafado em maio de 2020 e resultou num total de 2.538 exemplares. O PVP unitário é de 290,00€.

Pensado por Fernando Guedes, por isso hoje um vinho que é também uma sentida homenagem dos filhos e equipa Sogrape, o Legado 2017 foi apresentado quinta-feira à noite no Lawn Tennis Club da Foz, no Porto, dos mais antigos clubes de ténis portugueses, criado em 1900, na juventude frequentado por Fernando Guedes que, em 2018, ascendeu a sócio nr.1. Foi precisamente nesse ano de 2018 que Fernando Guedes nos deixou.

“É um vinho muito especial para a nossa família”, reconhece o atual presidente da Sogrape, Fernando da Cunha Guedes, que sintetizou de modo feliz a apresentação da nova edição do vinho de todos os afetos: “Isto não é uma festa, é uma homenagem”.

Na edição de abril, a Revista de Vinhos detalha este novo lançamento.