Sidras – parte II

Fotografia: Fotos D.R.
Luís Alves

Luís Alves

O nome diz ao que vem e explica-se com facilidade. Raízes do Pecado tem, por um lado, as raízes, de história e de homenagem familiar ao patriarca Manuel Teixeira – pioneiro na agricultura da região de Vila Real -, e o Pecado explica-se pelo fruto proibido. A maçã, de produção familiar, nem sempre foi objeto de produção de sidra mas os novos tempos têm-lhe trazido também novas oportunidades. “É um projeto familiar, com uma história já longa e que atravessa três gerações, produtoras essencialmente de maçã”, começa por contar Elisete Teixeira, uma das responsáveis. “Foi a visão vanguardista e generosa do avô Manuel Teixeira que permitiu a primeira tentativa de produção de sidra. Mas por diversas razões – entre as quais, os tempos que corriam -, a experiência não vingou na primeira tentativa”, conta. Isso não impediu de esperar por tempos mais favoráveis. O aumento anual de produção de maçã, na sub-região do Baixo Corgo, levou a família Teixeira a retomar esse “projeto inacabado” e também pouco conhecido em Portugal. “O maior desafio foi a reticência do mercado. Os públicos estão muito concentrados nos vinhos”, refere Elisete.

 

A solução passou não apenas por insistir na produção de uma sidra com maçã de produção local como “vesti-la” com fato de gala. “Sabíamos que tinha de ser algo marcante. Um produto premium, com uma presença forte num mercado pouco explorado. Apostamos, por isso, num segmento de alta qualidade, com atenção aos pormenores, da garrafa ao produto final”, explica Elisete. E, de facto, é isso que encontramos na Raízes do Pecado. Um rótulo marcante, um “packaging” atrativo, a fazer lembrar vinhos de gamas média e alta, uma imagem forte e um nome difícil de esquecer. Tudo isto envolvido por uma história de família genuína.


Finalmente no mercado

Chegados a 2020, depois de uma primeira tentativa do avô Manuel Teixeira, em tempos, e da insistência das gerações mais novas, eis a Raízes do Pecado nas prateleiras, disponível para os consumidores. Uma edição limitada de quatro mil garrafas porque o “objetivo é sobretudo o da qualidade e não da quantidade”, esclarece Elisete Teixeira que explica que para a sidra chegar ao mercado tem primeiro de acontecer “uma rigorosa seleção de maçãs de três variedades (Golden Delicious, Red Delicious e ainda Royal Gala), todas de produção própria e com a frescura intensa que caracteriza a maçã daquela região”. A Raízes do Pecado tem inclusivamente uma parte considerável do pomar dedicada, com cerca de 3,5 hectares que produzem cerca de 120 toneladas de maçã e que são exclusivamente para a produção de sidra da marca.

Como já referido, a apresentação desta sidra no mercado faz-se através de uma embalagem cuidada. São três as possibilidades para os clientes, todas acondicionadas em caixas de madeira. Uma caixa de seis garrafas (110,70€), uma de três (55,35€) e ainda uma de uma garrafa apenas (21,53€). A compra pode ser feita diretamente ao produtor através do e-mail raizesdopecado@gmail.com.