Vinho do Porto Muito Velho celebra centenário da Poças

Fotografia: Fotos D.R.
Redação

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O Porto Muito Velho que a centenária empresa de Vinhos do Porto e Douro acaba de lançar é uma celebração e homenagem à região e ao ano de fundação da empresa. O Douro revela um novo tesouro escondido.

 

O Vinho do Porto Muito Velho agora lançado chegou à Poças quando o fundador da empresa, Manoel Domingues Poças Júnior, recebeu a Quinta das Quartas como pagamento de uma dívida. Entre o espólio entregue fazia parte um lote de Vinhos do Porto que foi guardado e tem hoje entre 90 e 100 anos.  É este vinho que é colocado no mercado, 100 unidades apenas, apresentadas em garrafa produzida pela Vista Alegre e caixa de madeira, de design inspirado na antiga licoreira do fundador da Poças.

“O centenário fez-nos olhar para a história da empresa. Queremos preservar uma memória e homenagear o fundador”, contextualiza Pedro Pintão, diretor de marketing e comunicação da Poças, lembrando que o lançamento do Vinho do Porto Poças 1918 dá razão, muitos anos depois, ao fundador da empresa: “Há um novo entusiasmo pelos tawnies velhos. Para alguém, como o meu bisavô, que defendeu sempre a valorização deste estilo de vinho, que durante muito tempo foi preterido em relação ao  Porto ruby de qualidade superior, a edição do Poças 1918 é um momento prestigiante”. 
O Poças 1918 tem a complexidade, textura e personalidade fascinantes dos Vinhos do Porto muito antigos, apresenta o enólogo da casa, Jorge Pintão, lembrando também o património vínico da região: “São vinhos extraordinários que o Douro soube preservar, geração após geração, tesouros guardados e raridades que tive a alegria de provar”. Alguns com marca, outros de lavradores anónimos, estes vinhos do Porto muito antigos “ficam na memória e integram afetos intensos, como acontece com o Poças 1918, no meu caso”, acrescenta. “É como guardar uma joia que é de família”, conclui.

Ano de novidades vínicas de topo

A par do Porto antigo, raro e de afeto intenso, a celebração dos cem anos da Poças conta igualmente com o lançamento de vinhos DOC Douro de qualidade superior e afirmativos do prestígio que a empresa tem também construído nesta categoria.
 
O Branco da Ribeira 2017, novo topo de gama da Poças, apresenta-se com volume e acidez muito viva, reflexo do lugar que lhe dá origem, uma parcela da Quinta Vale de Cavalos, em Numão, no Douro Superior, a 520 metros de altitude e de solos graníticos pouco comuns no Douro.

Outro produto da diversidade da região e exemplo da versatilidade do portefólio da casa Poças, o Símbolo 2015 é o tinto topo de gama do centenário, segunda edição da casa. Produzido a partir de uvas colhidas na Quinta de Santa Bárbara, no Cima Corgo, o novo Símbolo reflete o ano vínico 2015, com maturações plenas mais cedo do que em 2014, proporcionando um vinho possante e que apresenta já uma expressão aromática completa. Um brinde da natureza para os 100 anos da Poças, brinca Jorge Pintão: “O Símbolo 2015 está muito completo e é já muito agradável à prova”.

“Estamos a fazer o nosso percurso, a posicionar os vinhos Poças entre os melhores vinhos que se fazem no Douro, apostando na produção de vinhos com grande consistência de qualidade”, sintetiza Pedro Pintão.
Esforço que tem merecido o reconhecimento da crítica internacional, quer nos vinhos de topo (Branco da Ribeira 2017, 93 pontos Robert Parker, Símbolo 2015, 94 pontos Robert Parker, 94 pontos Wine Enthusiast e 92 pontos Wine Spectator), quer nos vinhos de gama mais acessível (Poças Reserva Tinto 2016, 92 pontos Robert Parker e 92 pontos Wine Enthusiast), bem como nos Portos (Poças Porto Vintage 2016, 93 Pontos Robert Parker, 93 pontos Wine Spectator e 96 pontos Wine Enthusiast, Poças 1918, 97 pontos Robert Parker).

Celebração com cultura

Na posse da mesma família desde a sua fundação, a Poças é também reconhecida pela sua ligação à cultura, estando a desenvolver, neste ano festivo, um conjunto de eventos, em parceria com jovens talentos nacionais nas áreas da música, literatura, teatro e arte urbana, destacando-se as parcerias com Tomás Wallenstein (Capião Fausto), Afonso Reis Cabral e o Teatro do Bolhão.
Entre as ações ainda a realizar está a inauguração de uma obra de arte pública do artista Artur Silva, reconhecido por Bordalo II, nome artístico que escolheu como homenagem ao avô, pintor, promovendo uma continuidade e reinvenção do seu legado artístico. 
Será igualmente editado o livro “10 anos, 100 objetos”, obra que vai contar a história da empresa, mas também a história do Vinho do Porto e que surge da necessidade de organizar informação dispersa sobre a história da empresa, um trabalho que se tornou mais premente com a recuperação do armazém que recebeu o novo centro de enoturismo da Poças, inaugurado no verão. 

Vinhos em prova

Branco da Ribeira 2017
Vinho elaborado a partir das castas Arinto e Códega, colhidas em vinha a 520 metros de altitude, terroir que é determinante no perfil do vinho. Perfil muito fresco e floral, notas de citrinos e madeira bem integrada, com um final longo e elegante. 
A vindima foi feita com um controlo apertado de maturações e, na adega, as uvas foram suavemente prensadas numa pequena prensa hidráulica (titan), seguindo o mosto nesse mesmo dia para uma cave com temperatura controlada a 15 graus, para decantação por cerca de 10 dias. Após tiragem em limpo, fermentou em barricas novas de carvalho francês, de 300 litros, ali permanecendo em estágio por oito meses.
PVP 45€

Símbolo 2015 
É a expressão pura do terroir da Quinta de Santa Bárbara, localizada em Ervedosa do Douro, Cima Corgo. Nesta segunda edição, o Símbolo apresenta-se pujante, estruturado e aromaticamente muito expressivo. Lançado três anos depois da colheita, estagiou um ano em garrafa, depois de ano e meio de estágio em barricas novas de carvalho francês “Allier” com 300 Litros de capacidade. Produzido a partir de uvas provenientes da Quinta de Santa Bárbara, colhidas de parcelas criteriosamente selecionadas, de modo a obterem-se uvas de maturação excelente e um vinho com capacidade de guarda. 
PVP 40€

Poças Reserva tinto 2016
Vinho de elevada concentração, sedoso e elegante, com acidez equilibrada. Encorpado, com notas de fruta preta e especiarias, com um final longo e persistente. Estagiou durante 12 meses em barricas de carvalho francês “Allier” com 300 Litros de capacidade. 
PVP 16€

Poças 10 Years Old White
O Porto branco da Poças com idade média de 10 anos é feito a partir das castas Códega, Rabigato, Viosinho e Malvasia Fina, colhidas em vinhas com idades entre os 40 e os 60 anos. Vinho de aroma expressivo. Fresco, bem integrado e elegante, apresenta notas florais e baunilha num final longo e sedoso. 
PVP 22€

Poças LBV 2013 
Vinho do Porto de cor rubi, boa concentração e perfil tradicional da casa Poças, fechado, mas harmonioso e bastante apetecível. Sedoso, elegante e com final longo e persistente, apresenta-se pronto para beber, embora mantendo grande potencial de guarda. 
PVP 15€

Poças Colheita 2008
Os Porto Tawny colheita de um único ano são um clássico da Poças. Este, de 2008, foi agora engarrafado (mínimo de envelhecimento em casco de sete anos) e apresenta aromas jovens, frescos e frutados, num bouquet complexo e elegante, bem combinado por uma textura aveludada e um final longo e sedoso. Apesar de chuvoso, o ano de 2008, permitiu criar vinhos com personalidade própria. Perfil aromático rico e boca elegante e intensa.
PVP 19€

Poças 1918
Vinho único e raro, muito complexo e persistente, com um fim de boca prolongado e marcante. Acidez viva, contribuindo para um bom balancear entre o ácido e o doce, num equilíbrio extraordinário. Exuberante diversidade de aromas, fruto da idade, sentidas no nariz e na boca de um modo que não se esquece. 
PVP 3.500 €