Casa Gourmet desafia ao Winescape

Fotografia: Fotos D.R.
Marc Barros

Marc Barros

Evento que teve lugar no Parque da Penha celebra quase duas décadas deste distribuidor vimaranense.

 

O Parque da Penha, em Guimarães, foi o palco da primeira edição do Winescape, evento promovido por este distribuidor vimaranense que reuniu a totalidade do portefólio de produtores que distribui e, ao mesmo, celebra quase duas décadas desde a criação desta loja gourmet pelas mãos do empresário Miguel Moreira e Pedro Nunes, chefe e proprietário do célebre restaurante S. Gião, em Moreira de Cónegos.
Segundo Miguel Moreira, o evento representa uma “escapada para a natureza”, razão pela qual decorreu no cenário bucólico daquele parque, que reúne 4,5 hectares de jardins classificados de interesse público e cerca de 770 espécies diferentes de plantas. Este cenário “diferenciado” pretendeu albergar os 27 produtores do portefólio da Casa Gourmet, a que se juntou a vertente gastronómica, para mais do que “uma mera prova de vinhos”, antes um “momento de partilha”, referiu. Com efeito, juntaram-se “clientes atuais e potenciais, restauração e particulares”, num total de 430 pessoas. O objetivo, acrescenta, é realizar o Winescape com periodicidade anual, com a possibilidade de ter lugar um outro na época natalícia.
Este percurso, que começou em 2005, foi agregando produtores de nomeada ao ‘cartel’ do distribuidor, começando pela Herdade da Malhadinha Nova, a que se juntaram Niepoort e Quinta do Crasto. Miguel Moreira destaca a estratégia de optar por “pequenos produtores, diferenciados, com uma ou outra exceção”, numa conjuntura em que, refere, as “empresas foram saindo dos grandes distribuidores e optam por outros de menor dimensão”. A esse propósito, a Casa Gourmet tem atualmente “seis vendedores na rua, maioritariamente a norte, nos distritos do Porto, Braga, Viana e Vila Real”.
Presença significativa no evento foi a de Daniel Falala, diretor-geral da H. Blin, notória marca de champanhes e um dos principais porta-estandartes da casta Meunier, mas também de outras menos conhecidas, como Petit Meslier. Este produtor agrega 115 viticultores que controlam um total de 110 hectares de vinha, boa parte delas cultivadas em agricultura biológica, numa produção anual que ronda 500 mil garrafas. Destas, 24.000 são vendidas entre nós, numa distribuição exclusiva da Casa Gourmet, fazendo do nosso país “um dos principais mercados europeus da marca”, assegura Miguel Moreira.
Para além do negócio da distribuição, Miguel Moreira desenvolveu ainda o projeto de hotelaria designado The Grove Houses, tendo por cenário uma propriedade que pertencia ao bisavô desde 1900. Tirando partido das sinergias das várias operações em curso, incluindo os eventos na contígua Quinta da Penha, transformada para tal em 2000, Miguel Moreira sublinha que a unidade pretende ter “o foco na natureza e relaxamento”. O hotel congrega duas casas, uma destas centenária, num total de nove quartos. A maioria dos hóspedes tem sido de estrangeiros mas, desde que abriu, em junho de 2022, a presença de nacionais tem crescido.
Foi nesta casa que teve lugar um jantar que reuniu alguns dos mais antigos produtores da Casa Gourmet, incluindo Dirk Niepoort, Paulo Soares, da Malhadinha Nova, e Miguel Mendes de Almeida, do Monte do Álamo, para além do já supracitado Daniel Falala, diretor-geral da H. Blin, entre outros, preparado, como não poderia deixar de ser, pelas mãos sábias de Pedro Nunes. Sobre os vinhos, esses, de exceção, o leitor pode saber mais na edição impressa da Revista de Vinhos…