Consumo de vinho aumenta nos EUA

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Marc Barros

Marc Barros

Os dados mais recentes apontam para um aumento do consumo de vinhos nos EUA durante o período de confinamento provocado pela pandemia de Covid-19. Segundo o Wine Intelligence US COVID-19 Impact Report 2020 Issue #1, o consumo doméstico e os chamados “consumidores mais envolvidos” foram os responsáveis por este incremento, que se verificou mesmo tendo em conta o encerramento de muitos estabelecimentos, como restauração, lojas de bebidas e bares.

 


O estudo incidiu sobre uma amostra de 2.000 consumidores mensais de vinho, considerada representativa a nível nacional, durante os meses de março e abril. Entre as principais conclusões, verificou-se que os consumidores substituíram os momentos de consumo tradicionais por novos modelos, que incluem beber vinho à hora do almoço ou em convívios online.
O aumento do consumo doméstico significou ainda um pequeno decréscimo do preço médio de venda de vinhos, sendo que, no entanto, a disponibilidade a pagar por parte dos consumidores mais engajados, os chamados ‘wine lovers’, aumentou. Fator igualmente considerado nesta análise foi o crescimento do negócio online em todas as faixas etárias.


Quem ficou a ganhar com este crescimento foram os vinhos norte-americanos, sobretudo da Califórnia, que registaram um aumento nas vendas, substituindo-se aos vinhos do Velho Mundo, Portugal incluído. Com efeito, segundo dados do IVV, as vendas de vinhos portugueses para os EUA decresceram -32% e 26,9%, em volume e valor, respetivamente, nos primeiros dois meses do ano.
O mesmo relatório perspectiva o futuro imediato do consumo, uma vez que cerca de 40% dos inquiridos referiu ter “menos probabilidade de ir a um restaurante”, enquanto que 27% “disseram que teriam mais probabilidade”. O mercado de vinhos dos EUA pode apresentar-se como uma oportunidade significativa nos próximos meses para a exportação de vinhos portugueses, uma vez que não estarão, tal como os vinhos italianos, pelo menos no curto prazo, sujeitos às elevadas taxas de importação que serão aplicadas a outros, como França ou Espanha.