Costa Boal cresce para Estremoz

Produtor do Douro e Trás-os-Montes mantém crescimento em tempo de pandemia

Fotografia: Arquivo
Redação

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A compra do Monte dos Cardeais, em Estremoz, marca a entrada da Costa Boal no Alentejo. Em tempo de contração económica, o produtor de vinhos de nicho com projetos de sucesso no Douro e Trás-os-Montes acelera ritmo de crescimento e reforça portefólio.

 

O namoro alentejano já tinha meia dúzia de anos. António Boal queria incluir vinhos desta região produtora no portefólio da Costa Boal e fez-se ao caminho quando um amigo lhe falou do Monte dos Cardeias, em Estremoz. O negócio proposto incluía 10 hectares de vinha, adega e um stock de 140 mil litros de vinhos de colheitas de 2018, 2019 e 2020. A prova dos vinhos com o enólogo da casa, Paulo Nunes, viria a confirmar as expetativas positivas que a localização privilegiada trazia. “A qualidade dos vinhos que encontramos foi uma segurança logo à partida”, comenta Paulo Nunes a propósito dessa visita de prospeção ao Monte dos Cardeias, acabando por se confirmar a compra por parte da Costa Boal.


O novo projeto será a estreia no Alentejo do enólogo com provas dadas no Dão, Bairrada, Douro e Trás-os-Montes. Ou melhor, em Estremoz, porque esta sub-região “é um outro Alentejo”, graceja o enólogo: “Tem um terroir muito específico e um lado histórico que valida essas particularidades”. Exemplo e reflexo desta diferença, “estão os valores analíticos dos vinhos que se fizeram este ano no Monte dos Cardeais”, específica, os quais revelam uma região “com processos de maturação muito equilibrados e com vindimas mais tardias, comparativamente com outras zonas do Alentejo, e vinhos de frescura e equilíbrio surpreendentes”.

Produção de nicho


“Queremos manter no Alentejo a produção própria e de vinhos de nicho, pelo que a existência de 10 hectares de vinha e adega montada no Monte dos Cardeias foi um fator decisivo para o bom desfecho do negócio”, sintetiza António Boal. Igualmente relevante foi a localização da propriedade em Estremoz, “no coração do Alentejo” e em terra com tradição vitivinícola e provas dadas em termos de qualidade dos seus vinhos. acrescenta. Aliás, conclui o produtor, não é por acaso que Estremoz alberga alguns dos mais emblemáticos projetos de vinhos do Alentejo.


Com vinhas e produção no Douro e Trás-os-Montes (230 mil garrafas/ano nas duas regiões), António Boal espera conseguir chegar, em dois anos, a um total de 330 mil garrafas de produção anual, nas três regiões. 
Neste sentido, produtor e enólogo estão agora a trabalhar no registo de marcas e na criação dos lotes, de modo a colocar no mercado, nos próximos meses, duas novas referências Costa Boal para o Alentejo, criadas a partir das uvas colhidas no Monte dos Cardeais. Maioritariamente de castas tintas, plantadas há 20 anos (Aragonês, Syrah, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Alicante Bouschet), a vinha de Estremoz possui igualmente talhões de castas brancas (Antão Vaz, Roupeiro e Arinto), plantadas em 2016.


Recordamos, atualmente a marca Costa Boal tem no mercado as referências Flor do Côa e Costa Boal (Douro), bem como Palácio dos Távoras, Quinta dos Távoras e Flor do Tua (Trás-os-Montes).