Exportações globais de vinho em alta

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Marc Barros

Marc Barros

O preço do vinho no comércio mundial cresceu 43% em dez anos e elevou o valor para um recorde de 37.676 milhões de euros em 2022.

 

O exercício de 2022 foi histórico para o comércio mundial do vinho em termos económicos. A grande protagonista foi a inflação, que "aqueceu" o preço médio do vinho na exportação em 14,1% face a 2021, para os 3,60€/litro, segundo o último relatório do Observatório Espanhol do Mercado do Vinho. Uma tendência em alta que teve início em 2009 (2,08€/l) e com uma única baixa, sob a forma de Covid (2,89€/l). De resto, na última década (2012-2022) o preço médio revalorizou-se em 42,9%.
Este dado foi traduzido num outro recorde de faturação global, com 37.676 milhões de euros; no entanto, o volume comercializado caiu 4,2%, para os 10,477 milhões de litros, depois de ter tocado máximos em 2021, com 10,931 milhões. A única categoria de vinho que registou aumentos em volume foi o vinho espumante (+5,4%).
Por países, a Itália superou a Espanha como primeira exportadora em volume, enquanto França e Itália consolidam a liderança em valor. Nesta conjuntura, todos os principais exportadores crescem em faturação (com Portugal, Austrália e Espanha com ritmos mais comedidos), mas apenas Austrália e Nova Zelândia conseguiram colocar mais vinho nos mercados.
Curiosamente, na estrutura de vendas em valor, Portugal cresceu nas vendas de vinhos espumantes (0,4% em 2000 para 1,8% em 2022) e granel (4,5% em 2000 para 9% em 2022), mas decaiu no vinho engarrafado (95,1% em 2000 para 92% em 2022). Porém, em volume, esses valores foram, respetivamente, de 0,2% para 0,6% nos espumantes; de 22,2% para 23,1% no granel e de 77,5% para 76,2% no vinho engarrafado, no referido período.
Em valor global de vendas, o nosso país ocupa a nona posição mundial, com resultados de 939,6 milhões de euros em 2022, um aumento de 1,3% face aos 927,4 milhões de 2021. Neste item, os páises com melhores resultados de crescimento foram Nova Zelândia (+15,8%), EUA (+11,8%) e França (+10,8%). No top 11 de vendas em volume, apenas Nova Zelândia (+6%) e Austrália (+1,3%) registaram resultados positivos. Portugal caiu -0,7%. Não obstante, todos os 11 países mais exportadores aumentaram o preço médio por litro, com os melhores resultados a caberem aos EUA (31,2%, para 5€/litro); Argentina (25,8%, para 3,05€/litro); e França (16%, para 8,79€/litro).