Depois do Tejo e dos Vinhos Verdes, a Falua estende a operação à Região Demarcada do Douro, onde passará a deter mais de 70 hectares de vinhas. Ao que a Revista de Vinhos conseguiu apurar, nos próximos dias será formalmente anunciada a aquisição da Quinta de São José, em Ervedosa do Douro, e da Quinta do Mourão, Lamego, muito perto do Peso da Régua.
A Quinta de São José é um projeto familiar iniciado em 1999 por Ruy Brito e Cunha. O filho, João, comprou à família toda a área de vinha e de mato, dedicando-se por inteiro ao projeto de produção e comercialização dos vinhos da quinta, que entretanto viu ainda renovada a componente de enoturismo. A propriedade, encostada ao rio Douro numa localização privilegiada, tem um total de 20 hectares, 11ha dos quais plantados com vinhas, incluindo cepas antigas. A Revista de Vinhos sabe que João Brito e Cunha será integrado nos quadros da Falua e ficará responsável pela operação do grupo no Douro, em articulação estreita com a diretora-geral da Falua, Antonina Barbosa.
A Falua adquiriu ainda o projeto Quinta do Mourão, em Cambres, conhecido pelos vinhos S. Leonardo e Rio Bom. São ao todo quatro propriedades, atualmente em posse da terceira geração da família de proprietários, em que se destacava Miguel Braga.
A Falua foi fundada em 1994 no Tejo e estava ligada a João Portugal Ramos antes de ser vendida, em 2017, à VITAS Portugal – filial do grupo francês Roullier. Adquiriu já no inicio de 2021 a Quinta do Hospital, em Monção, e a lógica de operação multi-regiões deverá continuar a afirmar-se a médio prazo.
O grupo Roullier está presente em mais de 130 países, soma 10.000 colaboradores e fatura mais de quatro mil milhões de euros anuais. O grosso do negócio é a nutrição vegeta e animal, possuindo 110 unidades industriais pelo mundo e tendo 4.000 técnicos de campo. O investimento direto no vinho é pioneiro em Portugal, uma opção com bons resultados e que o grupo encara como exemplo para eventuais operações similares noutras regiões além-fronteiras.