Na França, cerca de 27.500 hectares de vinha vão ser arrancados até junho com o objetivo de combater a crise provocada pelo grande desequilíbrio entre a oferta e a procura. Citado pela revista britânica Decanter, o Ministério da Agricultura francês destaca ainda as “difíceis condições económicas das estruturas ligadas à produção de vinho afetadas pelas consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”.
O governo vai pagar aos produtores de uva 4.000,00 € por hectare removido, estimando-se uma compensação total de 109,8 milhões, uma vez que as candidaturas já encerraram e estão inscritos 5.418 produtores nesta medida. Até 2029 não poderão replantar.
O Ministério revela ainda que, daqueles que aceitaram participar, 1.300 planeiam parar completamente a atividade e investir noutros negócios.
Os produtores já podem começar a arrancar as vinhas, um processo que deve estar completo até 2 de junho de 2025 para, posteriormente, ser pedido o respetivo “reembolso”:
De acordo com o relatório “Estado Mundial da Vinha e do Setor do Vinho em 2023”, feito pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), França mantém a posição como o maior país consumidor de vinho na União Europeia. Contudo, houve um decréscimo no consumo de 2,4% comparativamente ao ano anterior.
Além disso, há uma diminuição de -9,4% na exportação de vinho francês (um cenário global), pelo que os produtores “também não podem confiar nas exportações para balancear o défice”.