Francisco ‘Vito’ Olazabal, um ícone classicista [1938-2025]

Obituário

Fotografia: Arquivo
Redação

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Já se passaram mais de 25 anos desde que a empresa F. Olazabal e Filhos foi criada, em 1999. Foi um período que marcou a visão e o arrojo, mas também a veia classicista, de um ícone do Douro que agora nos deixa. Francisco Javier de Olazabal y Rebelo Valente (conhecido no meio como ‘Vito’) era um dos grandes nomes da região vinhateira por direito próprio. Isto, no entanto, apesar de ostentar pergaminhos familiares que podem ser rastreados até à própria D. Antónia Adelaide Ferreira, a célebre Ferreirinha do Douro.

Francisco Olazabal entrou na Casa Ferreirinha em 1966, depois de cursar Economia no Porto. Dez anos depois, portanto, do lançamento do primeiro Barca Velha (colheita 1952) pelas mãos de Fernando Nicolau de Almeida, o enólogo da Casa Ferreirinha e futuro sogro de Vito. Este faria o seu percurso profissional na casa, sucedendo ao pai como Presidente do Conselho de Administração da empresa, em 1982. 
Quando, cinco anos volvidos e após intensas e longas negociações com as dezenas de descendentes de D. Antónia (140 primos!), para cujo sucesso a afabilidade e tacto diplomático de Vito muito contribuíram, a Sogrape adquiriu a Casa Ferreirinha e Vito manter-se-ia na empresa, tendo mais tarde integrado o Conselho de Administração da Sogrape.

Aos 60 anos, acedendo à família, bem como à ligação que tinha com a Quinta do Vale Meão, Vito deixou o conforto de uma situação estável e criou a F. Olazabal e Filhos. Não sem antes ter obrado a junção das parcelas indivisas pertencentes a 16 dos seus parentes (do ramo Olazabal e do ramo Sequeira).

A Quinta do Vale Meão nasceu precisamente da mítica produtora duriense, ao comprar à Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa 300 ha de terra, em hasta pública. O propósito era criar uma exploração modelo no Vale do Douro, com toda a experiência acumulada da sua mentora. E o objetivo ainda se mantém e é procurado diariamente, agora pelos descendentes, Jaime, Luísa e Francisco ‘Xito’ Olazabal, sempre acompanhados pela mãe, petit nom ‘Zinha’. A quinta manteve-se sempre na mesma família e, nos anos 70, o trineto Francisco Javier de Olazabal assumiu a gestão.

 

 

A partir daqui, Vito viveu a sua vida em torno do Vale Meão, sempre com a família por perto. Apenas a sua paixão pelo golfe e pelo Oporto Golf Club o levava para longe das vinhas do Douro Superior. 
Um ícone do Douro, figura maior por mérito próprio, que deixa um legado imenso. Francisco ‘Vito’ Olazabal foi Personalidade do Ano 2017 para a Revista de Vinhos.

À família enlutada, a Revista de Vinhos apresenta as maiores condolências.

*A missa terá lugar no dia 1 de outubro, pelas 12h, na Capela da Praia da Granja.

 

 

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