Linha do Douro será retomada até Barca d’Alva

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Redação

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Investimento de 75 milhões de euros liga cinco destinos Património Mundial da Humanidade.


Depois de muitos avanços e recuos, incontáveis estudos de viabilidade e até a intenção da então secretária de Estados dos Transportes, Ana Paula Vitorino, em completar a linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva com recurso a capitais privados, foi anunciada a abertura do concurso para a extensão da linha do Douro até Barca D'Alva durante o primeiro trimestre de 2023.
Na apresentação do estudo para a ligação ferroviária até Espanha, elaborada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), foi referido que o investimento poderá criar 4700 postos de trabalho nos próximos 26 anos. A sessão contou com as presenças do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, do presidente da CCDR-Norte, António Cunha, e do presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro, Carlos Silva Santiago.
Segundo António Cunha, "a reabertura do troço da Linha do Douro tem que avançar, atendendo às vantagens adjacentes".
Encerrado em 1989, o troço entre Pocinho e Barca d’Alva conta com 27,11 quilómetros de extensão, beneficiando, diretamente, os quatro municípios de Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, mas com reflexos significativos em outros 17 concelhos. Por outro lado, será uma âncora turística importante, ao ligar quatro destinos nacionais catalogados Património Mundial da Humanidade: Porto, Guimarães (ainda que indiretamente), Douro e Parque do Douro Internacional; está ainda em aberto a ligação a Salamanca, também considerada Património Mundial da Humanidade.
Mesmo em cenário de estagnação ou de diminuição de 50% dos turistas, a taxa de rentabilidade económica nunca é inferior a 2,85%, dentro dos patamares aceitáveis a nível económico. Assim, a CCDR-Norte realça que “dada a rentabilidade económica do projeto, recomenda-se a execução“ da obra. Neste sentido, o território aclama por este regresso da ferrovia, até porque "estima-se que a LPBA permitirá criar 4724 empregos na fileira do turismo durante o período de exploração do projeto (26 anos), correspondente a uma média de 181 por ano", lê-se no documento feito pela CCDR-Norte.