Pernod Ricard Portugal lidera interanual 2023/2024 com 15,4% do valor, segundo dados Nielsen.
O valor global do mercado português de bebidas espirituosas ascende a 326 milhões de euros no período interanual entre 30/06/2023 e 30/06/2024. Segundo dados Nielsen, a Pernod Ricard Portugal lidera nas vendas, com uma quota de 15,4% do valor. Seguem-se a Diageo, com 15,1%, Bacardi Martini, com 14,8%, e FDist, com 11,9%. Abaixo dos 10% de quota, juntam-se Prime Drinks (8,1%), Empor Spirits (5,6%), Sogrape (3,5%), Companhia Espirituosa (hoje Casa Redondo, com 3,3%) e Gran Cruz (3%), cabendo os restantes 19,4% a um conjunto diversificado de operadores.
Segundo a Nielsen Portugal, estes dados foram recolhidos a partir das vendas no retalho, incluindo hipermercados, supermercados, restaurantes, cafés, bares, hotéis e outros canais ‘on trade’. Os espirituosos considerados abrangem Whisky, Brandy + Aguardente + Cognac, Gin, Vodka, Rum, Licores importados, Champanhe, vinhos de aperitivo e RTD’s (ou seja, bebidas alcoólicas ‘Ready to Drink’).
Na expectativa de melhoria de resultados nas vendas deste sector está a Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), que se congratulou com a recente opção do Governo em congelar, na proposta do Orçamento do Estado (OE) 2025, o imposto especial sobre o consumo IABA (imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes) na categoria de bebidas espirituosas.
A ANEBE havia recordado que, “com o aumento de 4% de IABA no OE23 a receita fiscal diminuíra 4,7 milhões de euros nos primeiros oito meses desse ano” e no orçamento do ano passado o imposto sofreu um aumento de 10%, o que conduziu, segundo a ANEBE, a uma “quebra de três milhões de euros” na receita fiscal entre janeiro e agosto de 2024.
A proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) prevê que a receita fiscal do IABA cresça 16,4 milhões de euros (+4,7%), para um total de 348,3 milhões de euros como "resultado do crescimento esperado no consumo privado".
Do outro lado, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia afirmou que esta opção do Governo constitui “irresponsabilidade política” e “incompetência grave e inaceitável”, pois “o tabaco e o álcool são produtos de consumo legais, mas letais”, causando múltiplos cancros, doença respiratória crónica, doenças cardiovasculares, AVC e diabetes, doença hepática crónica, entre outras, que constituem “o maior peso de doença, incapacidade e mortalidade prematura em Portugal e no mundo”, levam “a hospitalizações evitáveis por agudização da doença”, a sobrecarga do SNS e promove “absentismo laboral e diminuição da produtividade”.