Morgado do Quintão quer Vinhos do Algarve reconhecidos

Fotografia: Arquivo
Redação

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Conhecido pelos seus vinhos caracteristicamente algarvios e pelos seus rótulos minimalistas, o "Morgado do Quintão está a marcar a sua posição como produtor pioneiro na revitalização da tradição vitivinícola Algarvia".


Com mais de duzentos anos de história, o Morgado do Quintão é hoje um produtor conhecido no Algarve, cuja quinta geração está a apostar na produção de vinhos com base nas duas castas autóctones da região: Negra Mole e Crato Branco.


Localizado em Lagoa, próximo da serra de Monchique e do oceano Atlântico, o Morgado do Quintão foi fundado pelo Conde de Silves em 1810. Hoje, a atual geração da família Caldas de Vasconcellos está "a ajudar a moldar uma nova perspetiva sobre o vinho algarvio", aproveitando o seu legado para recuperar o território no qual as vinhas chegaram pela primeira vez à Península Ibérica com os fenícios em 2500 a.C.


Como parte central de uma missão sustentável, o produtor encontra-se em processo de certificação biológica, "não utilizando herbicidas nem pesticidas nas suas vinhas há já três anos e vinifica com uma lógica de baixa intervenção na adega". O Morgado do Quintão está a resgatar as antigas castas algarvias cultivadas na propriedade.


A casta Negra Mole tem um papel central na produção dos vinhos do Morgado do Quintão. Dada a sua versatilidade, é utilizada para fazer alguns dos vinhos mais conhecidos tais como o Palhete (co-fermentação de Negra Mole e Crato Branco) e o Clarete. Também a mais recente novidade - o Branco de Tintas - tirou partido da potencialidade desta casta.


Os vinhos feitos aqui hoje são inspirados nos antigos métodos de vinificação como é o caso do Palhete e Clarete. "Encontrámos apontamentos na quinta sobre o vinho feito aqui há muitos anos, que nos levam a pensar que estes estilos são um bom exemplo do que se fazia na época no Algarve. Acreditamos que são alguns dos representantes mais claros do perfil algarvio, e que são, portanto, o futuro do vinho na nossa região", diz Filipe Caldas de Vasconcellos, atual guardião da propriedade.


A filosofia do Morgado do Quintão, enquanto "vinha emblemática do Algarve", resume-se ao seu compromisso com o património da região. Joana Maçanita, a enóloga do projeto, acrescenta o lema: "menos homem, mais terra" - uma figura feminina de destaque na indústria.


As visitas à quinta são feitas exclusivamente por marcação prévia e incluem passeios na vinha, provas de vinho e almoços por baixo de uma oliveira com mais de 2.000 anos. A casa principal e as três pequenas casas de campo espalhadas pela propriedade foram renovadas e decoradas pela família para acolher quem procura uma experiência vinícola imersiva no litoral Algarvio, entre a serra e o mar que caracteriza o terroir único deste projecto que vem ajudar a fazer renascer o Algarve enquanto região produtora de vinhos de excelência.