ProDouro escreve ao Ministro da Agricultura e pede soluções

Missiva deixa sugestões ao novo titular da pasta e pede para ser ouvida

Fotografia: Fotos D.R.
Redação

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"A ProDouro disponibiliza-se, desde já, para ser ouvida e, para começar, queremos denunciar-lhe o quanto sentimos enjeitados os escultores da paisagem do Alto-Douro vinhateiro!". Arranca assim a carta assinada por Rui Soares, Presidente da Direção da ProDouro, dirigida ao Ministro da Agricultura José Manuel Fernandes.

Ao longo de duas páginas, e tendo como ponto de partida uma entrevista recente concedida pelo titular da pasta ao jornal Público, são abordados vários temas que preocupam os vitivinicultores do Douro. O programa VITIS, por exemplo, que apoia a reconversão de vinhas, é um dessas temas que tem tido "erros ou imprudências".

"Doí-nos a destruição da paisagem construída pós-filoxera, até 1965, ano em que os taludes em terra substituíram os muros de pedra posta e, até então, replicávamos à vontade as nossas castas. Doí-nos, enfim, o desaparecimento acelerado das verdadeiras vinhas velhas do Douro e dos seus melhores escultores. Hoje, no VITIS, nem a prudente obrigatoriedade do Tratamento por Água Quente (TAQ), prevenindo a Flavescência Dourada das videiras, conseguimos vingar", pode ler-se na missiva remetida ao Ministro.

Para além deste programa, também a "vindima em verde" e a "destilação de crise" foram temas abordados e as preferências foram explicadas. Na carta redigida pela ProDouro recordam-se ainda soluções encontradas noutros momentos históricos para problemas do Douro. A criação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto-Douro e a Casa do Douro foram duas dessas soluções que no entender de Rui Soares foram "respostas bem dadas".

No final, um apelo da ProDouro ao recém-nomeado Ministro da Agricultura: "Assim, muito agradecemos que o Senhor Ministro nos ouça sempre que o assunto seja a vitivinicultura, mas sobretudo quando particularizado ao Douro vinhateiro".