Produções no Hemisfério Sul voltam a cair em 2023

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Marc Barros

Marc Barros

Brasil deverá ter a quebra mais acentuada (-29,7%), para uma produção de 2,25 Mhl.

 

Pelo segundo ano consecutivo, as produções de vinhos do conjunto de países do Hemisfério Sul que avançam dados estatísticos (Argentina, Austrália, Brasil, Chile, N. Zelândia e África do Sul) conhecerão quebras generalizadas, com a exceção do Chile. Segundo referiu o diretor geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), Pau Roca, no total, para o grupo de países produtores analisados, a OIV prevê uma produção de 47,5 milhões de hectolitros. Este valor representa uma quebra de 11,7% em relação à vindima de 2022, com um diferencial de 6,3 milhões de hectolitros.
Por países, o Chile é o principal produtor em termos de volume do Hemisfério Sul, com uma previsão de 12,6 milhões de hectolitros e o único a registar sinal positivo entre os principais produtores. No entanto, este crescimento, de 1,3%, é insuficiente para equilibrar o conjunto.
A produção chilena supera, portanto, a australiana, onde a OIV aponta uma produção de -13,1% face a 2022, rondando 11,1 Mhl. A Argentina sofrerá, por sua parte, a maior queda em termos absolutos, com uma vindima de apenas 9,04 Mhl, com perdas de 21% em relação à campanha anterior. Um volume semelhante (9,5 Mhl de vinho) deverá ser o obtido na África do Sul, fruto de uma campanha que cairá -6% face a 2022. Com volumes muito mais comedidos, fecha-se a tabela de produtores com o Brasil, onde se esperam quedas produtivas bem elevadas (-29,7%), para uma produção de 2,25 Mhl. Também se espera uma descida muito forte na Nova Zelândia (-22,2%), para 2,98 Mhl, após o recorde de 2022 (3,83 milhões de hectolitros de vinho).