Confraria do Vinho do Porto quer imprimir dinamismo a este e outros eventos emblemáticos.
As águas do Douro voltarão a ser o palco de mais uma edição da tradicional regata de barcos rabelos, que decorre a 24 de junho, dia de S. João. Desta feita, ao contrário do que é habitual, em que a prova acontece às primeiras horas do dia, com o raiar do sol, desta feita a largada far-se-á a partir da Afurada, pelas 18 horas, com o propósito de aproveitar os ventos e as correntes geradas pela subida da maré.
Na apresentação do evento, que decorreu a bordo do barco que pertence à casa Fonseca, o vencedor da última edição, o chanceler da Confraria de Vinho do Porto, George Sandeman, deu a conhecer as linhas mestras do projeto que a organização, que se encontra a celebrar quatro décadas de existência, pretende imprimir à regata, transformando-a numa âncora de atração turística para as cidades de Porto e Vila Nova de Gaia e, bem entendido, para o Vinho do Porto e para a região do Douro.
“O primeiro aspeto a ser identificado é a regata, porque o barco rabelo é único no mundo; é uma embarcação sem quilha, construída para transporte de Vinho do Porto”, sendo que a dimensão é variável, em função “do número de pipas que iria transportar”. Nesse sentido, referiu, a regata “pode transformar-se num evento emblemático”, capaz de “gerar valor” para a cidade e a região, quase como que um prolongamento da festa de S. João.
Aliás, tradicionalmente, a competição ‘amigável’ entre as casas de Vinho do Porto tinha início logo após a noite da véspera de S. João, com os tripulantes a chegarem às suas embarcações vindos diretamente das festividades. David Guimaraens, o ‘skipper’ da embarcação vencedora da prova transata e também ele elemento da Confraria de Vinho do Porto, sublinhou a beleza do “cenário” criado pelos “barcos com as velas içadas” a percorrer esta “artéria” que é o rio Douro, entre Porto e Gaia. O propósito da Confraria é a criação de um evento de vários dias, em que a regata seja a âncora, mas que inclua outras atividades, como provas gastronómicas e ‘portas abertas’ das caves de Vinho do Porto.
Plano 2022-2030
Porém, a Confraria pretende ir mais longe nos seus propósitos de promoção do Vinho do Porto, da cidade e da região. Para tanto, estabeleceu um plano, até 2030, que congrega outras atividades em três áreas de comunicação: para além da já referida regata, constam do projeto a celebração do momento de declaração do Vinho do Porto Vintage e a entronização e correspondente mobilização dos confrades honorários, internos e externos. “Existem fora do país 2.500 confrades honorários, com fortes ligações ao Vinho do Porto, e pretendemos fazer deles embaixadores”, explicou George Sandeman.
Um dos momentos altos será a celebração do 40ºaniversário da Confraria de Vinho do Porto, que decorrerá nos próximos dias 2 e 3 de setembro, “criando um projeto-piloto como base de um futuro mega-evento promocional para o Vinho do Porto, a cidade e a região”. Este será aberto a “confrades, imprensa, figuras públicas e indivíduos com elevado património líquido”, combinando a celebração do Porto Vintage com um evento gastronómico preparado por chefs com ligações ao Vinho do Porto”.
Para já, ficamos à espera do dia de S. João, para assistir ao espectáculo do desfraldar das velas dos 14 barcos rabelos alinhados para a partida – e que ganhe o melhor!