Uma viagem pela história da Moda e um Mira Mira obrigatório

World of Wine

Fotografia: Fotos D.R.
Luís Alves

Luís Alves

É nada mais, nada menos do que o sexto museu a ser inaugurado no quarteirão cultural do World of Wine (WOW). Desta vez, a proposta é uma viagem pela história da moda nacional e pela indústria têxtil, temas que muito dizem ao imaginário nacional. A caminho, e ainda no WOW, também uma sexta inauguração: o restaurante Mira Mira.

 

 

Habituamo-nos com rapidez à frequência de notícias que vão chegando do megaprojeto World of Wine, em Vila Nova de Gaia. Desta vez, o número chave é seis. O Museu da Moda e dos Têxteis é o sexto museu a ser inaugurado no WOW. E o mesmo acontece com o Mira Mira, o mais recente restaurante a ser inaugurado. Vamos por partes.


A história recente de Portugal, e sobretudo do norte do país, tem uma ligação muito estreita com a moda e com o setor têxtil. São inúmeras as empresas ligadas ao setor, como também são muitas as regiões que viviam, e ainda vivem, em alguns casos, do fabrico têxtil.
O primeiro piso do Museu da Moda e dos Têxtis é precisamente dedicado a este universo. Encontra-se logo à entrada uma linha cronológica que assinala momentos chave deste património industrial e cultural. Lá podem-se recordar nomes históricos desta indústria como a RioPele, Tintex, Fábrica do Bonfim, Lionesa ou a Companhia de Fiação de Crestuma. Não só pela cronologia mas através também de peças históricas, muitas delas máquinas que operaram décadas e décadas e que foram agora cedidas ao museu.
Recuperam-se nesta unidade museológica momentos importantes, peças e máquinas essenciais e, não menos importante, o espírito corporativista que muitas delas tinham. Das equipas de futebol formadas por trabalhadores das fábricas às creches para os filhos, passando por todo um “sistema social” criado ali em volta, de grande unidades de trabalho.

Entre história, materiais e processos, um parêntesis: a capela de Atkinson. Um grande parêntesis, na verdade, um tanto improvável. Uma capela projeta por Nicolau Nasoni descoberta e restaurante durante a construção do museu, com uma recuperação notável dos frescos ali pintados.


O segundo piso do museu está dedicado sobretudo à moda de autor. E moda num sentido lato: filigrana, calçado e vários outros domínios, onde também se conta a história da moda nacional, numa passarela cronológica, com os primeiros estilistas, pioneiros como Ana Salazar ou Eduardo Abbondanza.

 

Um Mira Mira obrigatório

A sexta inauguração no domínio da gastronomia tem por nome Mira Mira e não é menos relevante do que os cinco anteriores. A vista, como seria de esperar, surpreende até os olhos mais calejados e permite não só uma visão panorâmica sobre a cidade do Porto como ainda sobre a margem de Vila Nova de Gaia, com o Yeatman em destaque. Quanto ao restaurante em si, pode-se esperar uma carta que tem por base uma gastronomia saudável, liderada pelo jovem chefe João Mesquita. Os pratos são equilibrados, sem exageros, com um equilíbrio nutricional entre carne e peixe muito ao sabor das exigências mais recentes.

“Queremos para o Mira Mira uma cozinha mais saudável mas que não abdique do sabor, com produtos nacionais e da época”, afirma o chefe Mesquita que destaca o sandwich de novilho.
Com um espaço interior generoso, onde se conta também uma sala para refeições privadas de grupos, o espaço exterior tem um destaque inevitável. E nem só de refeições saudáveis e equilibradas se faz o Mira Mira. Os cocktails, pensados pelo mixologista Pedro Duarte, são obrigatórios, até com opções sem álcool.


Aberto às quintas, sextas e sábados ao jantar, entre as 19h e as 22h30.