10 dicas sobre Vinhos Verdes

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Redação

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Região ímpar no panorama dos vinhos portugueses, os Vinhos Verdes gozam de um conjunto de elementos que os distinguem e enobrecem. Deixamos 10 dicas para saber um pouco mais e apreciar melhor estes vinhos tão especiais.

 

  • A Região do Vinho Verde é a maior, em área geográfica, a nível nacional, e uma das maiores à escala europeia. Abrange todo o noroeste do país e, com uma área que ronda 16.000 hectares de vinha, é o berço de alguns dos melhores vinhos brancos nacionais, mas não só.

 

  • Outros números dão conta de 16 mil viticultores (ou seja, uma média de 1 hectare por viticultor, o que atesta o tradicional modelo de minifúndio), que cultivam 45 castas permitidas para a denominação Vinho Verde e 67 castas para vinhos Regional Minho. No total, são cerca de 1.400 as marcas de Vinho Verde.

 

  • Particularmente conhecida pela elaboração de vinhos brancos, a região oferece uma gama extensa, dos vinhos mais leves, aromáticos e frescos, aos mais intensos, minerais e complexos, estruturados e aptos a envelhecer, tendência cada vez mais valorizada.

 

  • Porém, a este universo, juntam-se os espumantes, rosés e tintos. Pelas condições climáticas, pelos solos e castas autóctones que possui, a região dos Vinhos Verdes é das localizações portuguesas com maior potencial para a elaboração de grandes espumantes e, em abono da verdade, eles começam a surgir.

 

  • Por sua vez, os tintos iniciaram recentemente o caminho que os leva a passar a fronteira do mero consumo regional. Afinal, num momento em que todos clamam por frescura e acidez natural nos tintos, que castas nacionais serão muito melhores que o Vinhão (Sousão) para aportar doses extras desses condimentos?

 

  • Na região cabem vários terroirs, diversos modelos de viticultura, alguns deles ainda descendentes diretos da antiga viticultura etrusca, mas também de formas modernas de condução da vinha, fruto dos investimentos avultados realizados nos últimos anos.

 

  • Aqui é possível encontrar reminiscências de um riquíssimo património etnográfico, patente nos diversos modos de condução da vinha, como a “vinha de enforcado”, passando pela “latada”, ou os arjões. Como cultura de bordadura, utilizada na delimitação das propriedades, complementada com a cultura do milho e feijão, formam um sistema de agricultura onde a produção pecuária goza também de enorme importância. Tudo isto é terroir!

 

  • A denominação divide-se em nove sub-regiões distintas (Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa), onde a vinha, em geral, espraia-se num anfiteatro natural sobre o oceano, gozando da frescura trazida pelos ventos que sopram do Atlântico pelos vales dos rios que as atravessam.

 

  • Os solos são maioritariamente graníticos e profundos, que dão origem a produções elevadas e vinhos tipicamente de baixo grau e acidez contundente. Porém, numa faixa junto ao Douro e no noroeste da região, existem duas faixas xistosas onde as cepas não têm tanto acesso a água e nutrientes, pelo que dão origem a produções mais moderadas, resultando num perfil de vinhos mais reservados e sérios.

 

  • Para o fim, a dica mais importante: porquê Vinho Verde? Simples, pela exuberância natural da região, vestida em tons verdes. Se a isto juntarmos vinhos únicos e diferenciados, uma gastronomia de eleição e a simpatia e acolhimento dos minhotos, podemos apostar que não mais a esquecerá!