Aromas do vinho: bombom inglês

Fotografia: Arquivo
Manuel Moreira

Manuel Moreira

Inserido nos aromas frutados, é facilmente percecionado mesmo em pequenas concentrações. Lembra banana a caminho da madurez. Também outros aromas manifestam esta sensação, como a framboesa, o morango, a romã, por exemplo. 


A origem deste aroma é uma substância, da família dos estéres, o acetato de isoamilo, que se forma na fermentação natural dos vinhos, sobretudo quando estes são vinificados a baixa temperatura. 

Os vinhos muito jovens, brancos, tintos ligeiros e rosés, de perfil mais simples e muito descontraídos, exibem de forma muito característica este aroma, a banana, rebuçado de fruta, pois são elaborados a temperaturas mais baixas. Muito frequentes nos vinhos de grandes volumes de produção. 

Um vinho muito conhecido por este aroma é o Beaujolais Nouveau, francês, famoso por ser elaborado pela técnica de maceração carbónica. Esta técnica, em que os bagos inteiros são colocados dentro de uma cuba, faz com que o ambiente interno da cuba fique saturado de CO2, envolvendo esses bagos inteiros ainda antes da fermentação e promovendo  dentro do bago a difusão de cor e aromas das películas para a polpa, acentuando esses aromas, do rebuçado de fruta, em especial o morango.  

Já agora, em Portugal o equivalente ao “Nouveau” também existe, chama-se “Vinho Novo” e é colocado no mercado a partir de 11 de novembro do ano de colheita, o dia de São Martinho. Os vinhos com estes aromas devem ser consumidos na plenitude da juventude, quando os aromas mais frescos ainda prevalecem. Por norma não são pensados para envelhecimento.  

Assim, o bombom inglês é o tal rebuçado que sentimos por via nasal direta, ao levar o copo ao nariz. Os ácidos e os “açúcares”, estes últimos da fruta, refrescam a boca e fazem salivar cada um à sua maneira. Se prestarmos atenção, os ácidos despertam a salivação nas zonas do maxilar exterior e os “açúcares” da fruta estimulam mais a área entre a língua e a parte interior do maxilar.