Rufete

A casta dos vinhos rosados

 

{ Aromas a morangos, framboesas e ervas aromáticas }

 

De origens desconhecidas, a casta Rufete encontra-se presente sobretudo no interior norte, mantendo-se especialmente popular na Beira Interior, região a que se adaptou singularmente bem. Hoje, apesar de o seu cultivo e popularidade se encontrarem em franca regressão, ainda a podemos avistar com alguma profusão nas regiões do Douro, onde se encontra presente numa proporção relativamente elevada de vinhas antigas de castas misturadas, Dão, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Cova da Beira.

Na África do Sul, para onde emigrou cedo, a variedade Rufete é tradicionalmente, e erradamente, confundida com a casta Tinta Barroca, usada na elaboração de sucedâneos de Vinho do Porto. Em Espanha, na região de Castilla y León, existe uma variedade com o mesmo nome… que não apresenta qualquer sinal de parentesco com a Rufete. No interior norte, sobretudo no Douro, a Rufete é igualmente reconhecida pela designação Tinta Pinheira, sendo igualmente identificada como Penamacor.

É uma casta incrivelmente caprichosa, de temperamento delicado, extremamente produtiva, de maturação relativamente tardia, anunciando-se muito sensível ao míldio e oídio, obrigando a condições muito particulares para poder dar o melhor de si. Prefere solos profundos e húmidos, em climas quentes e soalheiros que a poupem às chuvas precoces do Outono. Por regra dá corpo a vinhos muito ligeiros de cor, de estrutura igualmente ligeira, condimentados por notas herbáceas.

Nos melhores casos, quando reduzida na produção e quando as uvas conseguem amadurecer na perfeição, pode dar origem a vinhos relativamente aromáticos e de corpo razoável. Os vinhos resultantes costumam ser acídulos e efémeros, com fraco potencial de guarda, reservando a sua utilização para os vinhos rosados e vinhos espumantes, onde oferece maior predisposição natural. Só ocasionalmente acaba engarrafada como vinho estreme, costumando assistir alguns dos lotes da região, oferecendo acidez ao conjunto.

 

Quer experimentar?

Continuam a ser extremamente invulgares os engarrafamentos estremes da casta Rufete, eternamente remetida para os vinhos de lote, na companhia das variedades mais robustas do Douro, Bairrada, Dão, Cova da Beira, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo. Mas, sugerimos duas propostas, infelizmente nem sempre fáceis de encontrar. Primeiro, o Terras de Belmonte 2005, da Adega Cooperativa da Covilhã, um lote de Rufete, Jaen, Trincadeira, Aragonês e Touriga Nacional. Em segundo lugar, o Alpedrinha, da Adega Cooperativa do Fundão, num lote que associa as castas Rufete, Bastardo e Trincadeira.

- Terras de Belmonte 2005
- Alpedrinha 2005