Arte e família nos 100 anos da Poças

Fotografia: Fotos D.R.
Redação

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Poças celebra 100 anos em jantar na casa dos avós de Sophia de Mello Breyner, hoje sede do Jardim Botânico do Porto, numa escolha simbólica, que cruza lugares e experiências e mostra que o vinho fica bem entre cultura e família.

 

Celebrar 100 anos é também narrar histórias. A que Pedro Pintão, diretor de Marketing da Poças, contou na gala celebrativa do centenário da empresa, no último dia 20 de setembro, começa com uma fotografia de família, nos 25 anos da Poças. Os dois rapazes de calções e de branco em primeiro plano na imagem são Jorge e Manuel Pintão, membros da família com um percurso de vida laboral na empresa. Perante a foto, acabaram por perceber que ambos estiveram também na celebração dos 50, 75 e agora nos 100 anos da Poças. “Juntamente com o meu primo Acácio e com o meu primo Antero, que infelizmente já não está connosco, representam a terceira geração, que muito contribuiu para estarmos todos aqui hoje”, homenageou Pedro Pintão, o membro da quarta geração a quem coube as palavras de agradecimento. 

Integrado num programa alargado de atividades comemorativas que decorrem ao longo de 2018, o jantar dos 100 anos da Poças reuniu na antiga casa dos avós da escritora Sophia de Mello Breyner, hoje propriedade da Universidade do Porto e sede do jardim botânico daquela cidade, mais de uma centena de clientes, fornecedores e amigos da empresa, entre eles vários produtores do Douro.  “Para além de ser um local encantador, esta é também uma casa de família e com uma forte ligação à arte”, acrescentou Pedro Pintão, lembrando ainda que a família Andresen se dedicou igualmente ao comércio de Vinho do Porto.

A associação à arte e à família tem sido, aliás, o fio condutor do programa cultural promovido pela Poças para celebrar o centenário, envolvendo artistas como os Capitão Fausto, Afonso Reis Cabral, Companhia de Teatro do Bolhão ou Bordalo II e numa aposta da empresa que implicou “uma certa dose de loucura, coragem e, até, de atrevimento”, concluiu o diretor comercial da Poças.

O programa de celebração do centenário inclui ainda o lançamento de um Vinho do Porto com quase 100 anos, criado por Jorge Pintão, membro da família e atual enólogo da casa, a partir de um blend de vinhos feitos pelo próprio fundador da Poças, o qual foi dado a provar no brinde da gala. Será também editado o livro “100 anos, 100 objetos”, projeto que nasceu da vontade de catalogar e preservar documentos e objetos dispersos sobre a história da empresa, encontrados principalmente durante os trabalhos de recuperação dos armazéns da empresa que deram, entretanto, lugar ao novo centro de visitas da Poças, recentemente inaugurado e localizado em Vila Nova de Gaia.
 
A Poças nasceu em 1918, pelas mãos de Manoel Domingues Poças Júnior, bisavô de quatro membros da atual administração da empresa e avó dos restantes dois. Na posse da mesma família desde a fundação, é uma referência histórica no Vinho do Porto, mas tem também um percurso consolidado na produção de vinhos DOC Douro, gama que produz desde o início dos anos 90. A empresa possui três quintas no Douro e exporta cerca de 90% da sua produção.