WINE LOVERS: Biológicos, biodinâmicos e naturais

Fotografia: Ricardo Garrido

Antes de mais, é importante desfazer equívocos: vinhos biológicos são obtidos a partir de vinhas que não sofreram tratamentos de síntese; os biodinâmicos utilizam apenas remédios homeopáticos e adubos orgânicos; os “naturais” defendem a intervenção mínima na adega. Estes processos podem ou não ser comuns e cumulativos. A reter, o facto de os vinhos resultantes pretenderem ser o reflexo do lugar.


1 - O cobre é das soluções mais usadas na viticultura biológica, sendo particularmente eficaz para combater o míldio. Sendo um metal pesado, a sua sobreutilização pode levar a um excesso de concentração. O enxofre é usado para combater o oídio. Na adega é possível recorrer a sulfitos e a leveduras externas, desde que respeitando limites impostos.

2 - A viticultura biodinâmica segue o ritmo do calendário lunar e rege-se essencialmente pelos princípios do austríaco Rudolf Steiner. Podem ser usados sulfitos. A alemã Demeter é a principal certificadora na Europa.

3 – Quanto aos naturais, a vinificação deverá sempre arrancar com as leveduras indígenas e muitos dos vinhos não chegam a ser filtrados.

4 – Dado que a viticultura em qualquer destes modelos terá sempre rentabilidades por hectare mais baixas face à convencional, será de esperar que estes vinhos tenham um preço final mais elevado. Como em tudo, a disponibilidade a pagar estará sempre relacionada com a qualidade percecionada.

5 – Quanto ao resto, procure aspetos particulares nestes vinhos: as características do território, a limpeza da fruta, a certeza de estar a beber vinhos que minimizam o impacto ambiental. Siga as recomendações de temperatura, utilize copos adequados, dispa-se de preconceitos e… boas provas.

Texto: José João Santos e Marc Barros